domingo, 21 de fevereiro de 2010

História


A FUNDAÇÃO DA COMUNIDADE DA MANGUEIRA

Após a Proclamação da República, com a saída da família imperial do Brasil, a Quinta da Boa Vista, jardim do imperador, tornou-se um matagal abandonado, sendo aos poucos invadida pela população errante, que lá ia construindo suas casas. Por abrigar, na mesma área, o quartel do 9º Regimento de Cavalaria, ali moravam também diversas famílias de soldados.

Em 1908, o prefeito do Rio, Serzedelo Correia, resolveu demolir os barracos e expulsar os invasores. Os soldados expulsos, juntamente com os demais moradores, solicitaram ao comandante do Regimento autorização para levar o material das demolições e, com ele, levantar novas moradas num outro local. Atendido o pedido, o local escolhido pelos retirantes foi o lado quase vazio do morro da Mangueira, espólio do português Francisco de Paula Negreiros Saião Lobato, o Visconde de Niterói, que recebera as terras de presente do imperador. O primeiro morador do morro foi o cabo ferrador Cândido Tomás da Silva, o Mestre Candinho.

Em 1916, chegaram outras famílias de ex-escravos, transferidas do Morro de Santo Antônio, que havia sofrido um incêndio. Quando chegaram, já encontraram barracos para alugar, construídos por outro português, Tomás Martins, arrendatário das terras do visconde. Quem ia mensalmente aos barracos cobrar aluguéis era o afilhado de Tomás, um rapazinho de 14 anos, que nascera ali mesmo, no dia 3 agosto de 1902. Esse adolescente, que já exercia tal tarefa desde os 8 anos de idade, era Carlos Moreira de Castro, que ficaria conhecido como Carlos Cachaça.